de renato monteiro © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Fotos e textos estão protegidos por lei, pelo que é expressamente proibida cópia, utilização, modificação, venda, publicação, distribuição ou qualquer outro uso, total ou parcial, comercial ou não, sem prévia autorização do autor.
domingo, 31 de julho de 2016
A 180 à hora
A 180 à hora, com a rapariga da capa de uma revista, a sorrir-lhe a cores e em papel brilhante...
Como se fosse o único passageiro dentro da carruagem!
sexta-feira, 29 de julho de 2016
A propósito da escultura
A propósito
da escultura implantada à borda de água, representando um pescador fixando o
céu, observava Manuel do Vale:
“Olhe,
é como eu na altura em que punha a cabeça fora da janela, procurando saber
o tempo que fazia lá em cima!"
Pois como havia de prever os resultados da pescaria sem olhar para o número, forma, altura
e cor das nuvens?
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Tirou os espessos óculos escuros
Ele: encontrei uma ilha!
domingo, 24 de julho de 2016
segunda-feira, 18 de julho de 2016
Ainda meio agoniado
Ainda
meio agoniado, com um pesadelo que o assaltara durante a noite, decidiu fazer a
mala e apontar para a Costa Vicentina, em demanda do aluguer de uma casa implantada
à beira mar.
De preferência, numa falésia, plana e nua, para desentupir as narinas com o sopro atlântico e o cheiro a maresia, que se tornava sempre mais intenso quando os mariscadores andavam à cata de percebes.
Desde que isolada, qualquer casa lhe servia. Mesmo a que acabara de se instalar, com as paredes do quarto denotando uma exacerbada paixão pelo Benfica e por Jesus, simbolicamente representados nos quadros pendurados na parede. Em vez de uma mamalhuda como a Monroe, a Loren ou a Bardot, lamentou o Comandante, que é inteiramente ateu.
“Mas vendo bem - prosseguiu - a minha preocupação são as melgas; faltar-me as pedras de gelo ou a água tónica para o Gim e a luz elétrica para as mil vezes repetidas leituras de uma história do Tim Tim, à hora de me deitar”
E tudo correu a preceito até à terceira noite, altura em que começou a ouvir um passarinhar, que tanto podia vir de dentro como de fora da cabeça.
Homem
de tirar tudo a limpo, na dúvida, levantou-se e, a passo de pantera cor de
rosa, acabou por alcançar a cozinha. Aí, para grande espanto, deu de caras com o focinho de uma
corpulenta ratazana, fincada nas patas
posteriores e cauda, como que prestes a soerguer-se, e arremeter contra ele.
Até á altura dos joelhos, das virilhas ou dos olhos?
“Cobarde merdenta! ” exclamou o Comandante, de forma mais inaudível possível, receoso de que a propagação das palavras pudesse provocar algum desmoronamento da falésia!
E, enquanto abandonava a cozinha e se escapulia pela porta da rua, não deixava de ruminar alguns pensamentos sem saída: “ Áh, tivesse eu uma funda! Ou um arpão! Uma caçadeira, e varria o problema”
O supermercado da vila para onde se dirigiu, em seguida, ficava a dois passos, e satisfazia os seus propósitos de adquirir uma porção de queijos mais diversos: nacionais e estrangeiros; magros e gordos, de cabra, vaca e ovelha; inteiros ou fatiados; apimentados, salgados, mal cheirosos…
Queijos que, mal regressando à casa alugada, logo haveria de os distribuir, quer pelo soalho, quer pelos móveis de todas as dependências, sem dispensar o bidé no qual depositou o tão familiar e nacional limiano!
Só ao mole e um pouco picante normando Camembert é que o Comandante não resistiu em levá-lo consigo. Sabe-se lá para onde!...
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Ó pelos eriçados
Ó pelos eriçados
Unhas, garras
Dentes afiados
Patas, pulos
Tímpanos, olfatos
Corridas, fugas...
Onde faltam latidos
Rareiam ameaças
E sobram ratazanas!
Subscrever:
Mensagens (Atom)