Lewis
Carroil, em 1877: “ Fiz uma fotografia de primeira ainda há uma
semana, só que o modelo ( uma menina de dez anos) teve que estar
sentada durante um minuto e meio porque a luz está agora muito
ténue”
Esta observação sobre a menina Agnes, sua correspondente, é elucidativa. Não só para compreender o indispensável apoio de um sofá, cadeira, árvore ou parede mas, sobretudo, para explicar a "insondável tristeza” das meninas fotografadas por L C.
Já Eugéne Disderi, 15 anos antes escreveria em “ L’ Art de la Photographie", a propósito do retrato:
“ Il semble, au premier abord, que rien ne soit plus facile à faire em photografhie qu’ un portrait, et qu’ il sufise pour cela d’ assurer l’imobilite parfait du modèle...”
Na verdade, a tão repetida “ tristeza e solidão “ das meninas não passa de uma “ficção psicologista”. Impedidas do mais ligeiro movimento de pálpebras, o que as meninas realmente sentem e exprimem é o grande desconforto pela entrega a uma longa pose que lhes é imposta. E não mais do que isso.
Lumiar,
1995
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