de renato monteiro © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Fotos e textos estão protegidos por lei, pelo que é expressamente proibida cópia, utilização, modificação, venda, publicação, distribuição ou qualquer outro uso, total ou parcial, comercial ou não, sem prévia autorização do autor.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Tão horríveis
Tão horríveis eram aqueles retratos - pensava- que só não se desfaziam deles por recearem ser bafejados com algum sopro fatal e arrastados depois pelos cabelos até ao fundo das trevas ...
De outro modo, e estando todos mortos há muito, por que haveriam de continuar expostos nas paredes, mesinhas de cabeceira e cómodas assim de pé como lápides sepulcrais?
De outro modo, e estando todos mortos há muito, por que haveriam de continuar expostos nas paredes, mesinhas de cabeceira e cómodas assim de pé como lápides sepulcrais?
terça-feira, 28 de abril de 2015
domingo, 26 de abril de 2015
sexta-feira, 24 de abril de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
sábado, 18 de abril de 2015
sexta-feira, 17 de abril de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Par
Era tão
velho que achava ter sempre razão. Ao contrário de mim, que
continuava a levantar dúvidas sobre uma boa parte das coisas, com
respostas há muito encontradas.
terça-feira, 14 de abril de 2015
O patrioteiro
O
patrioteiro que saíra para a minúscula europa, lambia-se com o
cherne; o que ficara no
Bairro, lambeava-se com a sardinha que - dizia - era boa apenas
quando os tomates começavam a alourar nas searas.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Parece fim de dia
Parece
fim de dia, mas não. É princípio de tarde, com mulheres, crianças
e cães abrigados na
sombra de um sobreiro. Assim, a hora mais tardia não passa de
uma ilusão; de um jogo desajeitado, feito a partir de dois ou três
cursores, que movo para montante ou jusante de mim.
O avanço
da hora resulta, pois, de uma mera manipulação; de um ilusionismo
informático; de um truque abusivo, já que a luz revelada na imagem
subverte a do instante do disparo!
Dito de
outro modo: a ficção apressa a noite, enquanto toma dianteira
à realidade!
domingo, 12 de abril de 2015
sábado, 11 de abril de 2015
Caminhando
sexta-feira, 10 de abril de 2015
quinta-feira, 9 de abril de 2015
domingo, 5 de abril de 2015
Dada a ordem aos caminhantes
Ao amigo António Marrachinho
Dada a
ordem aos caminhantes de estacarem,
ainda presumi que tal se devesse à súbita aparição de
um arguto felino de médio porte, de um réptil a digerir um
incauto roedor ou à ameaça de uma ave de rapina a picar sobre as
nossas inocentes cabeças; mas
sequer de uma ibis,
garça real, pernilongo ou esquadrão de esbeltos e rosáceos
flamingos se tratava.
O
objecto causador daquele stop instantâneo, não passava afinal de
uma ave minúscula a que o guia deu nome, sacudindo-se no topo de
um caniço e que o contraluz tornava impossível de vislumbrar a cor
da sua plumagem.
Mas fosse
qual fosse a espécie, a sua estatura era tão minorca
como o mais comum dos pardais que, a par das flosas,
pintassilgos, piscos e toutinegras, foram alvo da minha mira
certeira juvenil: tanto à fisga como à pressão de ar, que o uso
de armadilhas, com a formiga de asa como isco, não dava comigo.
Tão
amante fervoroso de imaginários safaris, quanto vil opositor de
subtis dietas vegetarianas, como poderia hoje ceder ao exercício
ascético e contemplativo das avezinhas, em detrimento de uns
passarinhos na frigideira, temperados com azeite, sal, alhinho e
louro?
Mesmo que
tenham feito “os ninhos com mil cuidados”, para o odioso selvagem
que fui, tarde demais!
E a cada página folheada
Ao amigo e colega de trabalho, Rui Fabião: imagem e texto.
E a cada página folheada, um morto e outro e outro morto. Uma sucessão quase imparável, interrompida apenas quando a foto é de uma criança, jovem mulher ou homem, e que hoje estão bem, mal, assim assim na vida.
E a cada página folheada, um morto e outro e outro morto. Uma sucessão quase imparável, interrompida apenas quando a foto é de uma criança, jovem mulher ou homem, e que hoje estão bem, mal, assim assim na vida.
Mas
estes, os vivos, contam-se pelos dedos, que os retratos tirados há
cerca de uma década foram quase todos a velhos, bem mais numerosos
na aldeia. Muito mais.
E penso
como se nunca tivesse pensado antes: a morte não tem fim. Está
sempre em marcha e vem aí....
Depois,
fecho o livro de fotografias, abandonando-o sobre a mesa, com a
contracapa voltada para o
teto da casa. E despeço-me: Adeus!
sexta-feira, 3 de abril de 2015
quinta-feira, 2 de abril de 2015
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