E de novo o revejo a pedalar na velha bicicleta com o fito de chegar à embarcação, desatá-la de um tronco e meter-se nela, pelo gelo do rio acima, mesmo antes do nevoeiro ter-se dissipado de todo.
Depois, seguem-se os gestos repetidos desde há muito: o empunhar da vara como uma lança para a cravar no fundo; o vai e vem fatigado dos remos; o levantar de uma e outra nassa de salgueiro, que pouco mais dá que meia dúzia de pequenas bogas e fataças...
Finalmente, a ida à praça com a tão fraca pescaria, que rara ou nenhuma procura tem por não ser enguia, sável ou lampreia; sequer peixe do mar, mais apreciado que qualquer outro de água doce.
E menos cotado ainda que o imprevisto achado daquela boneca, depositada pelas últimas cheias num banco de areia, que o velho pescador por breves instantes aconchega no peito.
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