Rebobinou o filme sonhado naquela noite, seleccionando
uma das suas imagens: a mais surpreendente de todas. Depois, com um cabo USB, logo tratou de a transferir para
uma nova pasta no computador.
A partir daí, servindo-se de um programa próprio, começou a expurgar morosamente da imagem todos os
elementos considerados inúteis ou excessivos, bem como a proceder a uma
detalhada acção de limpeza. Mas não só.
Também a reenquadrá-la a seu gosto, acentuando-lhe o
contraste, a densidade das cores, o brilho, até acabar por imprimi-la, em
papel de médio formato, mate, por forma a não lhe agredir os olhos.
E tão hilariante se mostrou com o resultado obtido que,
de imediato, pendurou a imagem na parede do seu quarto, não sem antes a assinar
para todo o sempre, com uma convicção:
por muitas fotos que venha a fazer, nenhuma será capaz de se equiparar à fantasia deslumbrante daquela sonhada
imagem.
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