Ainda tinha familiares em Lisboa. Mas sempre que aterrava no aeroporto da Portela, unicamente revisitava a lula gigante, que jaz numa espécie de sarcófago, no Aquário Vasco da Gama, com uma transparência macilenta, própria dos fetos imersos em soluções de formol.
Um gastrópode que encontrara a morte, não logo após a cópula, segundo os desígnios da natureza, mas no acto de captura levado a cabo pelo arrastão Elizabeth, em 4 de julho de 1972, no exato dia, mês e ano em que ele, o visitante, contraíra o seu primeiro matrimónio.
Um enlace, cuja duração acabaria por não exceder o tempo consagrado à vida das borboletas que povoam o seu quintal. Mas isso é outra história!
Quanto à explicação, que repetidamente o impelia ao contacto visual com aquela tão avantajada lula, não há nada a dizer. Que nunca a revelou a ninguém!
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