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domingo, 30 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
ILHA DO RATO
Ao que consta, a base de licitação foi de um euro, logo
quadriplicado, acabando a venda por ser efectuada através de uma bem mais generosa oferta via email.
Não repousa sobre nenhum vulcão subaquático, submarino
ou banco de corais, correndo apenas um risco:
vir a desaparecer dentro de poucas décadas, facto que em nada preocupa certo pescador que, com uma avantajada
idade, não espera recolher por muito mais tempo o precioso casulo das suas areias para a pesca artesanal.
Entretanto, chegou a haver o propósito de implantar um palmeiral
na ilha, devidamente eletrificado com lâmpadas natalícias para as
quatro estações, bem como um largo balcão destinado ao serviço de caipirinhas, sem
esquecer um apropriado fundo musical, constituído por mornas, sambas e fados de
Coimbra.
Este empreendimento, ainda em gaveta, surgiu como
resultado da bronca do Freeport e
como alternativo ao projeto de construção
de um feérico centro comercial, emblematicamente adornado com baleias, golfinhos,
ameijoas de Samouco e pescadinhas de rabo na boca.
Círio da Fundação do Centro Náutico Moitense ( Atalaia)
Perante aquele friso de benfeitores emoldurados da irmandade da Lapa, era difícil
reconhecer quais os mais sérios, respeitáveis e aprumados.
Sequer vislumbrar o mais subtil sinal de fraqueza, maldade
ou pulhice em algum deles.
Na verdade, e para a minha idade juvenil, a surpreender
algumas diferenças, a mais notória prendia-se com o tempo em que tinha sido
aplicado o óleo sobre as telas.
E era assim que uns se mostravam tão brilhantes, quais
sapatos festivos de verniz, enquanto outros já tão baços como defuntos...
Fora isso, exibissem aquele ar martirizado dos santos,
e bem podiam ter sido todos beatificados…
Póvoa de Sta Iria
O entusiasmo ao saltarmos para o pequeno bote logo se finava
ao cabo de meia dúzia de remadas com o aparecimento do açude.
A partir daí, adeus ao desejo de aventura, ao confronto
com o risco, à veleidade de uma fantasia, a quase tudo fora da rotina…
O rio Leça, que desembocaria em Leixões, acabava assim
por nos deter naquele açude situado muito aquém da sua foz.
E a sensação não podia ser outra: de abrir a porta
de casa para sair, e não a podermos abandonar nunca.
Exatamente como no país de então: fugas, só a salto!
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Póvoa de Sta Iria
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