quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ILHA DO RATO



Ao que consta, a base de licitação foi de um euro, logo quadriplicado, acabando a venda por ser efectuada através de uma  bem mais generosa oferta via email.

Não repousa sobre nenhum vulcão subaquático, submarino ou banco de corais, correndo apenas um risco:

vir a desaparecer dentro de poucas décadas,  facto que em  nada preocupa certo pescador que, com uma avantajada  idade, não espera recolher por muito mais tempo o precioso casulo das suas areias para a pesca artesanal.

Entretanto, chegou a haver o propósito de implantar um palmeiral na ilha, devidamente eletrificado com lâmpadas natalícias para as quatro estações, bem como um largo balcão destinado ao serviço de caipirinhas, sem esquecer um apropriado fundo musical, constituído por mornas, sambas e fados de Coimbra.

Este empreendimento, ainda em gaveta, surgiu como resultado da bronca do Freeport e como  alternativo ao projeto de construção de um feérico centro comercial, emblematicamente adornado com baleias, golfinhos, ameijoas de Samouco e pescadinhas de rabo na boca.


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