Depois de atingida a luz ao fim do túnel, haveríamos
de chegar, de estação em estação mais próximas, à branca regueifa, aos açucarados
rosquilhos, aos melaços caramelos; à água fresca ainda a cantar das fontes, vendida
em pequenos cântaros de barro. E até aqui, tudo ia bem.
Mas mais adiante, o tempo passado dentro da carruagem,
dir-se-ia regulado por um mudo relógio, à espera que alguém viesse dar-lhe
corda, enquanto a paisagem deslizava sonolenta pela janela, toldada pelo fumo
negro da máquina.
Vinhedos, matos, milheirais e pomares sucediam-se
repetidamente diante dos olhos, a um passo fatigado e monótono.
Sequer a visão do rio, rápido por entre as fragas, e capaz
de galgar as margens, me encorajava a sacudir aquele torpor ronceiro.
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