Soprou o balão. E mais e mais até os seus pés ficarem
a dois palmos do chão. Aí pensou libertar o balão. Mas farto de deixar sempre as coisas a meio, acabou por agarrar-se com firmeza a ele, e aplicar-lhe um sopro
bastante prolongado…
A partir de então, a tia afirma tê-lo visto ainda no
ar, ao nível do telhado de sua casa; o sobrinho, acima da torre; o irmão, um
exagerado, suspenso numa nuvem; o pai que é míope, diz ter ouvido um ruído no
rio como se fosse um corpo a cair da ponte;
O filho, evitando sempre as discussões, não se
pronuncia, e a mulher está fora de questão por se encontrar em coma desde há três meses.
Quanto aos amigos, em chegando ao fim do dia, bebem
copos enquanto fazem apostas a doer sobre o paradeiro do desaparecido.
Ao que consta, até hoje nenhum deles terá acertado!
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