Há bastantes dias que o patrão tivera a notícia de que
a fragata estava pronta. Mas, com um raio, quando é que a surpreenderia a velejar no Mar da Palha em direcção a si?
Ora, só com as cheias que, em chegando, permitiriam o lançamento da embarcação à água no estaleiro de Rio de Moinhos e, finalmente, a sua descida pelo Tejo.
Não fossem, porém, as mãos experimentadas do mestre, com dois tripulantes a seu mando e o vento de feição, quem sabe se o patrão da fragata, passadas tantas décadas, não estaria ainda hoje à sua espera.
O certo é que mal a viu, com um comprimento tão
desmedido, sem paralelo algum com qualquer outra embarcação congénere, não conteve uma altissonante
reprovação:
“ Tinham que
fazer asneira! ”
E Asneira
ficou como nome da maior fragata alguma vez vista a sulcar o estuário do Tejo, atraindo sobre si o olhar das variadas
gentes ribeirinhas de uma e outra Banda: avieiros, estivadores, salineiros, valadores, armadores, arrais
e moços... Que nem uma varina do Cesário!
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