segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Mestre José António Aranha





Há bastantes dias que o patrão tivera a notícia de que a fragata estava pronta. Mas, com um raio, quando é que a surpreenderia a  velejar no Mar da Palha em  direcção a si?

Ora, só com as cheias que, em chegando, permitiriam o lançamento da embarcação à água no estaleiro de Rio de Moinhos e, finalmente, a sua descida pelo Tejo.

Não fossem, porém,  as mãos experimentadas do mestre, com dois tripulantes a seu mando e o vento de feição, quem sabe se o patrão da fragata, passadas tantas décadas, não estaria ainda hoje à sua espera.

O certo é que mal a viu, com um comprimento tão desmedido, sem paralelo algum com qualquer outra embarcação congénere, não conteve uma altissonante reprovação:

 “ Tinham que fazer asneira! ”

E   Asneira  ficou como nome da maior fragata  alguma vez vista a sulcar o estuário  do Tejo, atraindo sobre si o olhar das variadas gentes ribeirinhas de uma e outra Banda: avieiros, estivadores, salineiros, valadores, armadores, arrais e moços... Que nem uma varina do Cesário!




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