sábado, 10 de novembro de 2012

Reparação do varino "Sou do Tejo"




Quando ao chegar à estação do metro do Rossio a F 100, acomodada em cima dos seus joelhos, começou a escaldar-lhe os dedos, nem queria acreditar.

No início, ainda julgou tratar-se de um problema seu, de pele ou de cabeça, mas não: as pilhas de volt e meio ardiam como se tivessem sido mergulhadas em água a ferver, sendo que para retirá-las da câmara, teve que munir-se de um lenço e aguardar por algum tempo…

O que fez a seguir, foi dirigir-se, de imediato, à oficina de reparação de um amigo seu, ao qual deixou a F 100 para diagnóstico e orçamento de arranjo.

Não teve que esperar muito pela notícia. Ainda nesse próprio dia, o amigo participava-lhe que, apesar da cuidada assistência prestada à F100, a par da ministração de soro e uma transfusão de sangue, já  não havia remédio: pifara de vez!

De que mal? Ora, da placa central, irreparável, e sem a possibilidade de transplante por haver cessado há muito a sua produção fabril.

Como nunca fora dado a grandes manifestações sentimentais, sequer verteu uma lágrima. Mas já foi assaltado pela dúvida de que a sua recusa em prestar-se ao luto, esteja na origem das suas últimas noites, passadas em claro!

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