sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

JÚLIA MARGARIDA GUERRA



Lembra o que foi a canseira das suas andanças, de canastra à cabeça, atirando os pregões ao ar para as freguesas como quem joga às águas o isco para o peixe.

E do seu rapaz que, de acordo com os preceitos antigos, não faltou com o barco no dia do casamento, tão calafetado como uma pipa pronta a receber o vinho novo e não menos areado que os seus brincos.


E apetrechado, com as alfaias e a rede varina para os primeiros lances - sempre os melhores - ao sável e á saboga, mal as águas começassem a amornar para a desova e para o amor a bordo do “ Ribatejo”.

E tudo isto, muito antes  da embarcação  se colorir de azul e vermelho.  E mais ainda da viuvez!

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