terça-feira, 17 de janeiro de 2012

( Vila Nova da Barquinha)


Nunca viu as águas tão espreguiçadas como agora. Nem a correrem tão no fundo… Antigamente, não: chegavam ao que é hoje o lugar da sua  horta continuando a trepar até à rua da Barca onde se situava o  Cais do Vapor.

E era a partir desse ponto que zarpavam os batelões para Lisboa  sem a gente alguma vez os ver. 

Não porque estivéssemos a dormir. Mas porque a pilha de fardos de cortiça era tão alta e pesada, que não havia, proa, ré, nada  de embarcação alguma que, de tão rebaixada,  se mostrasse a navegar pelo rio abaixo…

Trabalho de varinos, já se vê! E não de cagaréus, aguardando pelos lances ao sável no breu da noite...

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