Zarpa-se até uma ilha situada a pouco mais do que duas braçadas de uma e outra margem do Tejo.
Após um brevíssimo instante, eis-nos em terra, havendo a partir daí que aceder às portas do castelo iniciando uma pequena marcha.
Em lá chegando, e acaso tenha horror ao vazio, o que fazer? Talvez imaginando-o ocupado com algumas figuras de antanho:
Legionários romanos asfixiados nos seus elmos; robustos visigodos ostentando adornadas bainhas a ouro e pedrarias; gente mourisca com turbantes, dentes e cavalos brancos…
Se a visita ocorrer durante o pino do verão, talvez possa mesmo aprofundar mais ainda os seus dotes visionários, surpreendendo Afonso Henriques na implementação de novas medidas, como a do aumento das cobranças de portagem sobre produtos e pessoas, com destino a montante ou jusante da fortificação...
Mas se à tentativa de ressurreição destas figuras, continuar a sentir-se incapaz de idealizar aquele espaço com algum recheio e vida interior, o que fazer de novo ?
Talvez, ao sair por onde entrou, cantarolar a letrita do Vinícius de Moraes evocando certa casa muito engraçada que "não tinha teto, não tinha nada”
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