quinta-feira, 29 de maio de 2014


Sentam-se. São quatro. Lêem em voz alta as mensagens recebidas por  telelé para que não escape uma sílaba. Então, desligo os tímpanos! Sim, porque o que me entretinha era a audição de uma história divertida ou dramática, que sacudisse para longe esta sensação momentânea de vazio. Mas nada! A conversa é ruído. Irrita.

E é assim que dou pela presença do cato, a que abusivamente chamo meu, a cerca de três passos de mim, assente à borda do passeio. Fixo-o, e as suas raras flores vermelhas, quais girassóis perseguindo a luz, voltam-se para mim. Não tenho dúvidas: sabem que estou a pensar nelas. 

Então, saúdo-as com um olá deixado sem resposta. Paciência! Mesmo correndo o risco de passar por louco, o melhor, é acenar-lhes como quando se cumprimenta um amigo apressado... Talvez, nesta altura, as flores do cato tenham aberto ainda mais um pouco as suas pétalas...

Entretanto, a conversa entre os jovens sobe de tom. Discutem pais e professores. Mais adiante, as estrelas que vão brilhar  no Rock in Rio. 

Que pena sinto, então, em não poder curtir os Rolling Stones! Saio a correr, intoxicado com cigarros a mais, e na dúvida de ter recebido o troco.








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