quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

JOAQUIM ELIAS PERICLE



Vive a dois, três remos  do rio e é à noite que melhor ouve o rumor das águas  bem como o do salgueiro plantado por si.

Mas também o ranger do cabo que prende a  sua  velha embarcação, com  os nomes dos dois netos colados à proa, alternado com outros sons  antiquíssimos:

como  o varejar das oliveiras quando tinha dez anos, a trabalhar com o pai, um vieirense, também ele incapaz de adormecer  sem antes ouvir o  restolhar da corrente e das ramagens...

Não fosse toda a "auga"  galgar  para outras bandas distantes  ou abrir  uma cratera  e esgueirar-se pelas entranhas profundas da terra. 

Para nunca mais ser visto.

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