sábado, 29 de dezembro de 2012

Beato



Há um mês que começara a pescar. Mas ainda se impressionava ao cravar a minhoca viva na ponta do anzol e com  a agonia do peixe a debater-se fora da água.

O maior desconforto, porém,  vinha da vizinhança que, ao assenhorear-se  da ponta do cais,  não  partilhava o “ pesqueiro” com mais ninguém.

A busca do prazer na pesca estava fora do seu alcance, mesmo que a sua chegada a casa, com um pequeno robalo, fosse premiada com música, estrelinhas de fogo e uma promessa cumprida ao cair da noite.





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